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dtm 

dor orofacial

Dor Orofacial, por definição, é toda a dor associada a tecidos moles e mineralizados (pele, vasos sanguíneos, ossos, dentes, glândulas ou músculos) da cavidade oral e da face.

 

As condições clínicas mais frequentemente associadas à dor orofacial são dores de dentes e de tecidos periodontais, disfunção temporomandibular (muscular ou articular), neuralgias, tumores, trauma tecidual, doenças autoimunes, etc.

 

Usualmente essa dor pode ser referida da região da cabeça e/ou pescoço ou mesmo estar associada a cervicalgias, cefaleias primárias, fibromialgia e doenças reumáticas como artrite reumatóide.

 

Disfunção Temporomandibular (DTM) é um subgrupo comum de desordens dolorosas orofaciais, muitas vezes incorretamente referidas como “ATM”. ATM é a abreviatura de Articulação Temporo Mandibular ou de articulação da mandíbula. Existem dois tipos básicos de DTM: DTM muscular (dor de origem muscular) e DTM articular (dor de origem na ATM).

 

Sintomas de DTM incluem dor ou desconforto na orelha ou em torno da mesma, na articulação da mandíbula e nos músculos da mandíbula, face, têmporas e pescoço, em um ou ambos os lados.  A dor pode surgir de repente e progredir com flutuação da frequência e intensidade ao longo de meses a anos. Estalidos, estalos, crepitação, travamento da mandíbula, limitação da abertura ou desvio do movimento da mandíbula, dificuldade de mastigação e dor de cabeça também são associados à DTM.

 

As DTMs musculares geralmente resultam de excesso de trabalho, fadiga ou tensão da mandíbula e músculos de suporte, resultando em dor na mandíbula, dor de cabeça e, às vezes, dor no pescoço.

DTM articular geralmente resulta de inflamação, doença ou degeneração dos tecidos duros ou moles dentro da ATM.  Capsulite, sinovite (inflamação), deslocamento de disco (também chamado de desarranjo interno) e artrite degenerativa são os distúrbios articulares mais comuns da ATM.

Causas para DTM não são claras, pois, geralmente, as DTMs envolvem mais do que um único sintoma e raramente têm uma única causa.   Acredita-se que as DTMs resultem de vários fatores agindo em conjunto, incluindo lesões de mandíbula (trauma) e doença articular (artrite).

Apertamento e rangimento dentário (bruxismo) e tensão de músculos da cabeça e pescoço, embora não cientificamente provado que sejam a causa das disfunções, podem perpetuar os sintomas e, muitas vezes, precisam ser controlados para reduzir e controlar as DTMs.

É importante para o paciente com DTM compreender que a desordem pode ser de natureza crônica e altamente dependente de múltiplos fatores, incluindo a estabilidade emocional.  Como não há nenhuma "solução rápida" ou cura imediata para DTM, os tratamentos de maior sucesso e suportados cientificamente centram-se no autocuidado e controle dos fatores agravantes.

Fatores associados com DTM (fatores contribuintes que perpetuam e agravam os sintomas de uma DTM em curso):

  • Trauma direto na mandíbula (ex.: golpe no queixo, hiperextensão da mandíbula, compressão da mandíbula);

  • Hábitos anormais (apertamento dos dentes e da mandíbula, bruxismo, morder lábio, roer unha, mascar chiclete e má postura dos maxilares);

  • Oclusão dentária (maneira como os dentes se encaixam; "mordida"). Recentes pesquisas têm mostrado que maloclusão não é, geralmente, a causa da DTM, exceto em um número limitado de casos. Cada caso deve ser avaliado individualmente pelo dentista especialista em dor orofacial para determinar uma possível relação;

  • Fatores psicológicos (pacientes com DTM relatam o aparecimento de sintomas de disfunção mandibular ou agravamento de sintomas de DTM preexistentes com aumentos de estresse emocional ou desequilíbrio psicológico, como ansiedade ou depressão. Estudos científicos indicam que muitos pacientes de DTM experimentam níveis de depressão e ansiedade que são maiores do que a população em geral);

  • Doenças das ATMs (vários tipos de artrite podem se desenvolver nas ATMs como em qualquer outra articulação do corpo - osteoartrose pode estar presente no envelhecimento da população – e muitas outras doenças, tais como a doença de Parkinson, Miastenia gravis e Esclerose Amiotrófica  que podem levar a uma atividade muscular excessiva ou descontrolada da mandíbula); e

  • Outros fatores: abuso de drogas (cocaína, anfetaminas) e de substâncias estimulantes (café, tabaco) e o uso de certos medicamentos sob prescrição podem afetar o sistema nervoso central e músculos e contribuir para DTM (ex.: fluoxetina).

 

Apesar de não ser uma DTM, o Bruxismo, tanto o do sono como o da vigília, está dentro do escopo de atuação do especialista em DTM e Dor Orofacial, por estar associado, frequentemente, a queixas dos pacientes de dor na face e estalos nas ATMs.

Por fim, outro campo de atuação do especialista nesta área é a Odontologia do Sono, principalmente no diagnóstico e tratamento dos distúrbios respiratórias do sono como o ronco e a apneia, em conjunto com o médico assistente. Quando indicado por este, o uso de aparelhos intraorais de avanço mandibular em casos de ronco e apneia leve a moderada tem se mostrado eficaz no controle dessas doenças, melhorando a qualidade de sono e de vida dos pacientes.

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